sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025
O Monge Apostador (1963) de Shôgorô Nishimura
sábado, 22 de fevereiro de 2025
385ª sessão: dia 25 de Fevereiro (Terça-Feira), às 21h30
Para o mês de fevereiro, o Lucky Star – Cineclube de Braga preparou dois ciclos de cinema com um total de onze filmes, os quais foram exibidos às segundas e terças.
Nesta terça-feira, 25 de fevereiro, exibir-se-á o filme “O Monge Apostador”, de 1963, do mestre Shôgorô Nishimura. e será a última sessão do ciclo “Mestres Japoneses Desconhecidos”, cujos filmes foram realizados entre os meados dos anos 50 e inícios da década de 60, abrangendo, assim, a “Era Dourada” do cinema japonês, bem como a “nova vaga” que imediatamente lhe seguiu.
Findada a ocupação e controlo americano no Japão, inclusive na produção cinematográfica, a partir de 1952, as obras fílmicas realizadas asseveraram o estatuto do cinema japonês no Mundo, olhando para o seu próprio contexto de forma crítica e ocupando-se de temas histórico-políticos e socioculturais de maneira, por vezes, provocadora, enquadrados numa estrutura formal e estética que distingue o cinema japonês de outros cinemas.
Em “O Monge Apostador” (1963), Harumichi, um professor de ensino médio, regressa para substituir o sacerdote do Templo Hojûin após o seu falecimento. Contudo, deparado com dificuldades financeiras do templo que depende de doações, desmoraliza-se e acaba por se refugiar no jogo. Apesar dos seus esforços para manter uma vida equilibrada, torna-se prisioneiro do vício. O filme é um retrato satírico da sociedade japonesa de então.
As sessões do Lucky Star ocorrem no auditório da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, às 21h30, segundas-feiras. A entrada custa um euro para estudantes, dois euros para utentes da biblioteca e três euros para o público em geral. Os sócios do cineclube têm entrada livre.
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025
A Tragédia de Bushidō (1960) de Eitarō Morikawa
Considerado uma obra de arte por ser o único filme do realizador, A Tragédia de Bushidô (1960) transporta-nos para um Japão onde fortificava um sistema baseado no código samurai, no qual, sempre que um senhor feudal morria, um samurai era escolhido para ser executado, permitindo-lhe assim acompanhar o seu mestre na morte e preservar a honra do clã. Com uma narrativa repleta de tragédia e crítica social, Eitaro Morikawa explora o conflito entre o tradicional e o moderno, e revela a impiedade de um sistema fundamentado na lealdade absoluta, que, no final, beneficia apenas aqueles que estão no topo da hierarquia social.
A história passa-se no Japão feudal e acompanha Iori, um jovem samurai de 16 anos, que recebe a ordem de cometer seppuku (suicídio ritual) para seguir o seu senhor na morte, um costume tradicional para preservar a honra do clã. Criado por sua cunhada Oko, esposa de seu irmão mais velho, Iori encontra nela uma figura materna e, ao mesmo tempo, uma presença ambígua dentro do código moral da época. Diante da iminente execução do jovem, Oko faz um pedido ao marido: passar a última noite com Iori para lhe ensinar os prazeres da vida antes que ele morra. Essa decisão gera um intenso conflito emocional e moral, acentuando as contradições do samurai.
Na manhã seguinte, no entanto, um decreto inesperado chega à família: a ordem de suicídio de Iori foi revocada por proibição do seppuku. O jovem, que até então havia aceitado o seu destino como inevitável, agora vê-se perdido diante de uma vida que já havia aceitado abandonar. A narrativa desenrola-se em torno da desconstrução da obediência cega à tradição e do impacto psicológico desse sistema, mostra como a honra e a obediência absoluta podem resultar em consequências trágicas.
O filme questiona se a honra imposta pelo samurai realmente glorifica os seus seguidores ou se apenas perpetua um ciclo de sofrimento e obediência irracional. A história de Iori torna-se, assim, uma metáfora sobre a brutalidade de um sistema que valoriza o sacrifício acima da vida.
A Tragédia de Bushidô é uma obra visualmente rigorosa que revoluciona a estética tradicional do jidai-geki e abandona a grandiosidade épica a favor de uma mise-en-scène intimista e opressiva. O filme utiliza enquadramentos geométricos e uma iluminação contrastada para enfatizar a rigidez do código de honra samurai e transforma o espaço fílmico numa prisão visual para os personagens.
O uso da luz e da sombra remete ao expressionismo, criando um ambiente de clausura. Os interiores são filmados com profundidade dramática, onde portas deslizantes e biombos não apenas dividem os personagens, mas também simbolizam barreiras morais e psicológicas intransponíveis. Os cortes secos e a montagem económica reforçam a rigidez da narrativa, sem excessos melodramáticos, apenas a dureza do destino e das tradições.
O movimento de câmara é contido, refletindo o peso das decisões impostas pelo samurai. No entanto, quando há deslocamentos são milimetricamente calculados e podem sugerir a tensão interna dos personagens. As cenas do pôr-do-sol, especialmente as que envolvem Oko e Iori, são carregadas de uma sensualidade reprimida, com sombras projetadas sobre os corpos num jogo de iluminação que sugere tanto desejo quanto inevitabilidade.
No fim, A Tragédia do Bushidô é uma experiência estética que ultrapassa o seu enredo, utiliza cada enquadramento, cada sombra e cada composição para reforçar a tensão entre a tradição e o desejo, ordem e desobediência. O filme é uma pintura fílmica da repressão, onde a beleza das imagens contrasta com a brutalidade do destino de seus personagens.
domingo, 16 de fevereiro de 2025
384ª sessão: dia 18 de Fevereiro (Terça-Feira), às 21h30
Para o mês de fevereiro, o Lucky Star – Cineclube de Braga preparou dois ciclos de cinema com um total de onze filmes, os quais serão exibidos às segundas e terças. O ciclo regular do cineclube, com as habituais sessões às terças-feiras, é dedicado aos filmes de “Mestres Japoneses Desconhecidos”.
Nesta terça-feira, 18 de fevereiro, será exibido A Tragédia de Bushidō (1960) de Eitarō Morikawa, às 21h30, terceiro filme do ciclo de cinema "Mestres Japoneses Desconhecidos", dedicado a realizadores japoneses pouco divulgados fora do Japão.
As sessões do Lucky Star ocorrem no auditório da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, às 21h30, segundas e terças, durante o desenvolvimento destes dois ciclos. A entrada custa um euro para estudantes, dois euros para utentes da biblioteca e três euros para o público em geral. Os sócios do cineclube têm entrada livre.
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025
383ª sessão: dia 17 de Fevereiro (Segunda-Feira), às 21h30
Para o mês de fevereiro, o Lucky Star – Cineclube de Braga preparou dois ciclos de cinema com um total de onze filmes, os quais serão exibidos às segundas e terças. O ciclo regular do cineclube, com as habituais sessões às terças-feiras, é dedicado aos filmes de “Mestres Desconhecidos Japoneses”. O segundo ciclo resulta da parceria com o XI Festival Convergências e é reservado ao cinema português e galego. As sessões deste ciclo ocorrerão às segundas-feiras, nas três primeiras semanas do mês, às 21h30, também, na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva.
Esta segunda-feira, 17 de fevereiro, serão exibidos dois filmes no âmbito do Festival Convergências: O Documento (1974) de Enrique Baixeras, primeiro filme falado em galego apreendido pela polícia franquista e perdido durante décadas, seguido por Terra de Abril (1977) de Anna Glogowski e Philippe Costantini, contando-se com a presença deste último que apresentará o seu filme.
O Documento (1974) é uma das primeiras tentativas para criar um cinema galego. Rodado em 16mm, é o primeiro filme totalmente falado na língua galega. Sob este pretexto o filme foi confiscado pela polícia e proibido pelo regime ditatorial de Franco, razão pela qual esteve perdido durante décadas. A narrativa de O documento é uma adaptação do conto A lus do candil de Ánxel Fole.
Terra de Abril (1977) retrata os preparativos para a comemoração pascoal e a encenação teatral de um Auto da Paixão de Cristo. O filme tem carácter etnográfico e inspirou-se no trabalho do antropólogo Jorge Dias. A cinematografia oscila entre a imagem a cores, correspondente aos festejos, e à imagem a preto e branco para representar o quotidiano dos habitantes de Vilar de Perdizes em tempos de eleições, ainda, no rescaldo do fim da ditadura e marcado pela forte emigração de pessoas desta região.
(Philippe Costantini e Anna Glogowski foram alguns dos realizadores estrangeiros a filmar em Portugal após o 25 de abril. Costantini foi ainda responsável pelo som de MÁSCARAS de Noémia Delgado).
As sessões do Lucky Star ocorrem no auditório da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, às 21h30, segundas e terças, durante o desenvolvimento destes dois ciclos. A entrada custa um euro para estudantes, dois euros para utentes da biblioteca e três euros para o público em geral. Os sócios do cineclube têm entrada livre.
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025
O Som do Nevoeiro (1956) de Hiroshi Shimizu
sábado, 8 de fevereiro de 2025
381ª e 382º sessão: dia 10 e 11 de Fevereiro (Segunda e Terça-Feira), às 21h30
Para o mês de fevereiro, o Lucky Star – Cineclube de Braga preparou dois ciclos de cinema com um total de onze filmes, os quais serão exibidos às segundas e terças. O ciclo regular do cineclube, com as habituais sessões às terças-feiras, é dedicado aos filmes de “Mestres Japoneses Desconhecidos”. O segundo ciclo resulta da parceria com o XI Festival Convergências e é reservado ao cinema português e galego. Este ciclo procura diluir fronteiras e promover o encontro através dos vários pontos de convergência históricos e socioculturais representados no cinema de ambos os lados da raia. As sessões deste ciclo ocorrerão às segundas-feiras, nas três primeiras semanas do mês, às 21h30, também, na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva.
Nesta segunda, 10 de fevereiro, exibe-se o clássico galego Sempre Xonxa (1989) de Chano Piñero. Sempre Xonxa é um dos primeiros filmes de ficção galegos, rodado em 35 mm. A narrativa centra-se nas vivências de uma mulher, Xonxa, e de dois homens, Pancho e Birutas, entre 1947 a 1986, as quais passam pela experiência da ditadura, da emigração e da desertificação de uma aldeia situada nas montanhas da Galiza. Sempre Xonxa cruza a realidade com o realismo mágico composto por lendas e tradições galegas.
Na terça-feira, 11 de fevereiro, é a vez de O Som do Nevoeiro (1956) de Hiroshi Shimizu. Em O Som do Nevoeiro (1956), o protagonista Kazuhiko Onuma, um professor de botânica, e a sua amante Tsuruko passam tempo juntos num refúgio nas profundezas dos Alpes japoneses. Naquela noite, a esposa de Kazuhiko confronta-o sobre o seu caso extraconjungal e Tsuruko, que inevitavelmente testemunha a discussão, abandona o professor. Nas décadas seguintes, sempre que Kazuhiko volta ao refúgio as memórias de Tsuruko reemergem.
As sessões do Lucky Star ocorrem no auditório da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, às 21h30, segundas e terças, durante o desenvolvimento destes dois ciclos. A entrada custa um euro para estudantes, dois euros para utentes da biblioteca e três euros para o público em geral. Os sócios do cineclube têm entrada livre.
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025
Cada Um na Sua Cova (1955) de Tomu Uchida
domingo, 2 de fevereiro de 2025
380ª sessão: dia 4 de Fevereiro (Terça-Feira), às 21h30
Para o mês de fevereiro, o Lucky Star – Cineclube de Braga preparou dois ciclos de cinema com um total de onze filmes, os quais serão exibidos às segundas e terças. O ciclo regular do cineclube, com as habituais sessões às terças-feiras, é dedicado aos filmes de “Mestres Japoneses Desconhecidos ”. O segundo ciclo resulta da parceria com o XI Festival Convergências e é reservado ao cinema português e galego. Este ciclo procura diluir fronteiras e promover o encontro através dos vários pontos de convergência históricos e socioculturais representados no cinema de ambos os lados da raia. As sessões deste ciclo ocorrerão às segundas-feiras, nas três primeiras semanas do mês, às 21h30, também, na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva.
Nesta terça-feira, 4 de fevereiro, será exibido, às 21h30, o primeiro filme do ciclo de cinema “Mestres Japoneses Desconhecidos”, dedicado a realizadores japoneses pouco divulgados fora do Japão e que foram realizados entre os meados dos anos 50 e inícios da década de 60, abrangendo, assim, a “Era Dourada” do cinema japonês, bem como produções que imediatamente lhe seguiram.
Findada a ocupação e controlo americano no Japão, inclusive na produção cinematográfica, a partir de 1952, as obras fílmicas realizadas asseveraram o estatuto do cinema japonês no Mundo, ocupando-se de temas históricos e socioculturais de maneira crítica e, por vezes, provocadora, inclusos em formas estéticas que o distingue dos demais, mesmo reconhecendo-se técnicas cinematográficas comuns noutros cinemas.
O filme Cada um na sua Cova (1955), de Tomu Uchida, retrata a vida de Nobuko que mora com os dois filhos de seu falecido marido, Tamiko e Junjiro. Tamiko é uma jovem mulher independente, enquanto Junjiro está acamado, doente e destroçado. As tensões aumentam dentro da família quando Nobuko decide encontrar um pretendente para Tamiko. A escolha é entre Dr. Ihara, um mulherengo sem vergonha, e Komatsu, um romântico que não consegue afirmar-se. Cada Um Na Sua Cova é um retrato de uma nova sociedade japonesa em profunda transformação, ainda impactada pelos traumas da guerra.
sábado, 1 de fevereiro de 2025
379ª sessão: dia 3 de Fevreiro (Segunda-Feira), às 21h30
Esta segunda-feira, 3 de fevereiro, serão exibidas 4 curtas-metragens no âmbito do Festival Convergências, três das quais produzidas pela Rua Escura e filmadas em 16mm. A primeira do grupo será Tanganhom (2023) de Vítor Covelo, seguida pela curta de Frederico Lobo Quando a Terra Foge (2024) e de Campos Belos (2023) de David Ferreira. Estes três realizadores estarão presentes para apresentar os seus filmes. Esta sessão terminará com a curta Lavadoiro (2023) dos jovens realizadores galegos Ana Amado e Lois Patino.