quinta-feira, 13 de abril de 2023

289ª sessão: dia 18 de Abril (Terça-Feira), às 21h30


“Terra em Transe” terça às 21h30 na BLCS 
 
Premiada no Festival de Cannes e no Festival de Locarno em 1967, Terra em Transe, terceira longa-metragem do cineasta Glauber Rocha, será exibida pelo Lucky Star - Cineclube de Braga dia 18 às 21h30 no auditório da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva. 
 
As estreias de Barravento, de Glauber Rocha, Ganga Zumba, de Cacá Diegues, Vidas Secas, de Nelson Pereira dos Santos, Deus e o Diabo na Terra do Sol, também de Rocha e O Desafio, de Paulo Saraceni, transformaram o chamado Cinema Novo brasileiro num fenómeno global, acompanhado por revistas na altura importantes como a Positif e os Cahiers du Cinéma

Terra em Transe é lançado no seguimento dessa atenção universal e generalizada, que permitiu a criação de condições de produção, distribuição e continuidade para todo o cinema brasileiro, e que culminou com as fundações da distribuidora DIFILM - Distribuidora de Filmes Ltda. e a produtora Mapa Filmes do Brasil, no ano de 1965. 
 
Escrito por Glauber e com Jardel Filho, Glauce Rocha e Paulo Autran nos principais papéis, o filme ambienta-se na república fictícia de Eldorado, onde sobe ao poder um tecnocrata chamado Porfírio Diaz, interpretado por Autran, que é combatido publicamente pelo jornalista Paulo Martins, interpretado por Filho, seu antigo apoiante e protegido. 
 
Em entrevista ao cineasta Rogério Sganzerla, em 1966, e quando este lhe pergunta se Terra em Transe é uma continuação de Deus e o Diabo na Terra do Sol, Glauber Rocha responde-lhe que é “antes um desdobramento das minhas ideias. Não sei bem se será mais falho ou mais concreto. Desta vez, será uma tentativa de exprimir no plano mais urbano certos conflitos que me parecem fundamentais no Brasil de hoje.” 
 
Enumerando esses conflitos, na mesma entrevista publicada no jornal O Estado de S. Paulo, Glauber elenca “a negação dos valores tradicionais e a incerteza quantos aos novos valores. Este ponto crítico é o transe. O transe entre o inconsciente e o consciente de uma civilização, entre o sono e o despertar – o ponto crítico entre o êxtase e a lucidez.” 
 
Poder-se-á ver este filme na próxima sessão de cinema do Lucky Star na biblioteca, inserida no ciclo dedicado a Glauber Rocha que terminará no dia 25 de Abril com o seu último filme, A Idade da Terra. As sessões ocorrem sempre às terças-feiras, às 21h30, e a entrada custa um euro para estudantes e utentes da biblioteca e três euros para o público em geral. Os associados do cineclube têm entrada livre.

Até Terça-Feira!

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