Ciclo termina com longa-metragem de Inês T. Alves
Durante o mês de Outubro, o Lucky Star – Cineclube de Braga exibe catorze filmes em parceria com os Encontros da Imagem, com sessões às terças e quintas-feiras no auditório da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva. O ciclo adopta um termo cunhado pelo poeta e ensaísta Édouard Glissant, intitulando-se “Cinema Todo-Mundo - colonialismo e a memória do futuro”.
Esta quinta-feira, às 19h, exibe-se Águas do Pastaza (2022), primeira longa-metragem da realizadora Inês T. Alves, que nos revela o dia-a-dia das crianças de uma aldeia que vive em simbiose com a natureza indomável da selva Amazónica. O filme faz-nos reflectir sobre o nosso modo de vida, numa perspectiva decolonial, e confronta-nos com os nossos preconceitos em relação à “alteridade”.
Águas do Pastaza foi nomeado para os prémios Sophia de 2024, na categoria de longas de documentário. A realizadora estará presente na sessão para uma pequena conversa com o público.
Em entrevista ao site C7nema, relatando a génese do seu filme e a sua partida para a floresta da Amazónia, Inês T. Alves disse que "levei para lá material de cinema muito básico, até porque não sabia as condições que ia encontrar. Inicialmente, a minha intenção não era fazer o filme, mas depois de passar tanto tempo com as crianças, ficar fascinada com a vida lá e a forma como eles se relacionam com a floresta e recursos, o que captei começou a fazer sentido como um filme.
"Tinha terminado o mestrado em cinema documental em Londres," continua a realizadora na mesma entrevista. "Fiquei um pouco farta da cidade, do meio urbano. Queria sair de lá e até da Europa, mas gostava de ir para algum lado onde pudesse aprender. Tinha o sonho da Amazónia e encontrei um casal que tinha começado um projeto educativo independente no local. Escrevi-lhes, eles explicaram-me como o projeto funcionava, o intuito dele, e como chegar lá. O mínimo de permanência nesta comunidade eram dois meses. (…) Fiz uma curta antes em Moçambique e foi muito intenso, por isso agora queria um sítio onde não tivesse de pensar em fazer um filme. Além disso, era um espaço desconhecido. Por isso, nem tinha uma ideia prévia de fazer qualquer projeto cinematográfico lá. Porém, depois de estar lá, do encontro com aquela comunidade, tive de o fazer."
As sessões do Lucky Star ocorrem no auditório da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, esta quinta excepcionalmente às 19h. A entrada custa um euro para estudantes, dois euros para utentes da biblioteca e três euros para o público em geral. Os sócios do cineclube têm entrada livre.
Até Quinta!
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