quinta-feira, 10 de julho de 2025
O Sol do Futuro (2023) de Nanni Moretti
domingo, 6 de julho de 2025
406ª sessão: dia 8 de Julho (Terça-Feira), às 21h30
Em Julho, o Lucky Star- Cineclube de Braga promove a alegria e a boa disposição (muito riso), com critério (muito siso), com a segunda edição do ciclo “Muito Riso, Muito Siso”, que reúne filmes clássicos e contemporâneos de comédia. As sessões deste ciclo ocorrem, como habitualmente, às terças-feiras na biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, às 21h30.
Nesta terça-feira, 8 de Julho, o ciclo prossegue com o filme O Sol do Futuro (2023), de Nanni Moretti.
Estreado mundialmente, em 2023, no Festival de Cannes, O Sol do Futuro foi calorosamente aclamado pela crítica internacional, recebendo uma ovação ininterrupta durante 13 minutos na sua estreia oficial, a 24 de maio. O mais recente filme de Nanni Moretti — em competição pela prestigiada Palma de Ouro em 2023 — rapidamente se destacou entre os títulos europeus desse ano.
A obra foi nomeada para sete prémios David di Donatello, o equivalente italiano aos Óscares, e já arrecadou dois Nastri d'Argento: Melhor Atriz Coadjuvante para Barbora Bobuľová e o Prémio Guglielmo Biraghi, atribuído à jovem Valentina Romani. Uma confirmação do vigor criativo de Moretti, nome incontornável do cinema de autor.
O Sol do Futuro é uma comédia dramática, melancólica e autorreflexiva, em que Nanni Moretti revisita seu estilo inconfundível para questionar o passado, rir do presente e imaginar, com ternura e ironia, um futuro ainda possível.
As sessões do Lucky Star ocorrem no auditório da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva às terças-feiras, às 21h30. A entrada custa um euro para estudantes, dois euros para utentes da biblioteca e três euros para o público em geral. Os sócios do cineclube têm entrada livre.
quinta-feira, 3 de julho de 2025
Loucamente (2016) de Paolo Virzi
domingo, 29 de junho de 2025
405ª sessão: dia 1 de Julho (Terça-Feira), às 21h30
Em Julho, o Lucky Star- Cineclube de Braga promove a alegria e a boa disposição (muito riso), com critério (muito siso), com a segunda edição do ciclo “Muito Riso, Muito Siso”, que reúne filmes de comédia clássicos e contemporâneos. As sessões deste ciclo ocorrerão, como habitualmente, às terças-feiras na biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, às 21h30.
Nesta terça-feira, 1 de Julho, o ciclo arranca com um filme de Paolo Virzi, Loucamente (2016). A história acompanha duas mulheres internadas numa instituição psiquiátrica – Beatrice (Valeria Bruni Tedeschi), excêntrica e aristocrata, e Donatella (Micaela Ramazzotti), jovem mãe marcada por um passado traumático. Ambas decidem fugir numa viagem inesperada por Itália. Uma fuga que se revela como um grito de liberdade contra a marginalização e o estigma associados à doença mental.
Estreado na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes em 2016, Loucamente (La pazza gioia) conquistou aplausos pela forma como alia humor, drama e crítica social. O filme valeu a Paolo Virzì o Nastro d’Argento de Melhor Realizador, além de arrecadar cinco prémios David di Donatello, incluindo Melhor Atriz (Valeria Bruni Tedeschi) e Melhor Cenografia. Em Cannes, embora fora de competição, foi calorosamente recebido pela crítica, consolidando o estatuto internacional do realizador.
Virzì nasceu em Livorno, em 1964, e formou-se no Centro Sperimentale di Cinematografia, em Roma. A sua carreira começou como argumentista antes de se estrear na realização com La bella vita (1994). Desde então, construiu uma filmografia centrada nas tensões sociais e nas contradições da Itália contemporânea, com títulos como Ovosodo (1997), La prima cosa bella (2010) e Il capitale umano (2013), vencedor de sete David di Donatello e selecionado como candidato italiano aos Óscares.
Virzì concebeu Loucamente como um “road movie” que critica não só a reforma psiquiátrica italiana de 2015, mas também o sistema de saúde mental em geral. Para o realizador, o filme é ainda uma metáfora da “loucura essencial da Itália”, evidenciada pelo contraste entre a beleza das paisagens e a indiferença da sociedade.
As sessões do Lucky Star ocorrem no auditório da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva às terças-feiras, às 21h30. A entrada custa um euro para estudantes, dois euros para utentes da biblioteca e três euros para o público em geral. Os sócios do cineclube têm entrada livre.
sábado, 28 de junho de 2025
quinta-feira, 26 de junho de 2025
A Costa dos Murmúrios (2004) de Margarida Cardoso
segunda-feira, 23 de junho de 2025
403ª e 404ª sessão: dia 24 e 28 de Junho (Terça e Sábado), às 21h30 e 17h30, respectivamente
“A Costa dos Murmúrios” de Margarida Cardoso e “Andrei Rublev” de Andrei Tarkovsky, esta terça-feira e sábado
Para o mês de junho, o Lucky Star- Cineclube de Braga propõe um ciclo intitulado “Modelo e Corpo: Subversões no Cinema Português”. O ciclo reúne três obras singulares do cinema português realizadas por mulheres que, ao longo de décadas distintas, ousaram interrogar o íntimo e o histórico através de um olhar radicalmente diferente. As sessões deste ciclo ocorrem, como habitualmente, às terças-feiras na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, às 21h30. Ainda em junho, dá-se início ao “Cinema Fora de Portas”, exibindo-se filmes em locais ímpares de Braga. A primeira sessão ocorre este sábado 28 de junho na Fundição de Sinos de Braga, às 17h30.
Esta terça-feira, 24 de junho, inspirado no romance homónimo de Lídia Jorge, A Costa dos Murmúrios (2004) retrata a experiência de Evita, uma jovem portuguesa que, nos últimos anos da Guerra Colonial, abandona Lisboa para se casar com um oficial destacado em Moçambique. À medida que mergulha na realidade colonial, marcada pela violência e o silêncio, Evita confronta-se com a brutalidade da guerra e com o vazio da relação conjugal. Através de um olhar feminino, o filme desmonta a ficção colonial portuguesa, explorando a experiência de uma mulher deslocada que se depara com o colapso do império num território em guerra.
No sábado, 28 de junho, às 17h30, arranca o ciclo “Fora de Portas”, com o icónico filme Andrei Rublev, de 1966, de Andrei Tarkovsky. Na Rússia do século XV, devastada por guerras, a miséria e intolerância, Andrei Rublev, um monge e pintor de ícones, atravessa um país mergulhado no caos à procura de sentido para sua arte e fé. Numa jornada dividida em episódios, Tarkovsky constrói uma poderosa meditação sobre o papel do artista diante da violência do mundo e do silêncio de Deus. Andrei Rublev, mais que uma biografia, é uma experiência espiritual. Inegavelmente, um clássico importante na história do cinema. A sessão terá lugar na Fundição de Sinos de Braga – Serafim da Silva Jerónimo & Filhos, Lda., parceiro desta iniciativa.
As sessões do Lucky Star ocorrem no auditório da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva às terças-feiras, às 21h30. A entrada custa um euro para estudantes, dois euros para utentes da biblioteca e três euros para o público em geral. Os sócios do cineclube têm entrada livre. As sessões do ciclo Fora de Portas têm entrada livre e ocorrem em diferentes pontos da cidade de Braga.
Até terça e sábado!
sexta-feira, 20 de junho de 2025
O Som da Terra a Tremer (1990) de de Rita Azevedo Gomes
domingo, 15 de junho de 2025
402ª sessão: dia 17 de Junho (Terça-Feira), às 21h30
Para o mês de Junho, o Lucky Star- Cineclube de Braga propõe um ciclo intitulado “Modelo e Corpo: Subversões no Cinema Português”. O ciclo reúne três obras singulares do cinema português: Relação Fiel e Verdadeira (1987), de Margarida Gil, O Som da Terra a Tremer (1990), de Rita Azevedo Gomes, e A Costa dos Murmúrios (2004), de Margarida Cardoso. Três filmes de realizadoras portuguesas que, ao longo de décadas distintas, ousaram interrogar o íntimo e o histórico através de um olhar radicalmente diferente. As sessões deste ciclo ocorrem, como habitualmente, às terças-feiras na biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, às 21h30.
Esta terça-feira, dia 17 de Junho, o ciclo prossegue com a exibição do filme O Som da Terra a Tremer (1990), de Rita Azevedo Gomes. Este filme é a primeira longa-metragem da cineasta. Inspirado em obras de Gide, Hawthorne, O Som da Terra a Tremer acompanha um escritor solitário (interpretado por José Mário Branco) que, encerrado no seu apartamento, tenta concluir um romance sobre um marinheiro apaixonado. À medida que a escrita avança, as fronteiras entre ficção e realidade desvanecem-se: as personagens ganham corpo, a narrativa transborda e o autor vê-se aprisionado na própria criação. Uma reflexão subtil sobre a solidão e o poder transformador da literatura.
A obra tem um carácter teatral, com cenários minimalistas e uma forte ênfase na linguagem, aproximando-se mais de uma experiência filosófica do que de uma narrativa convencional. O Som da Terra a Tremer mistura literatura, teatro e cinema de uma forma poética. O filme foi nomeado para o prémio de Melhor Longa-Metragem no Festival Internacional de Cinema Jovem de Turim.
Rita Azevedo Gomes nasceu em Lisboa, em 1952 e estudou na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, até à Revolução de 25 de Abril. A cineasta conta com uma importante filmografia, tendo já recebi-do o prémio de carreira no Festival Zinebi – Bilbao (2023). Presente em vários festivais internacionais, foram também nomeados os seus dois últimos filmes A Portuguesa (2018) e O Trio em Mi Bemol (2022) no Festival de Berlim.
As sessões do Lucky Star ocorrem no auditório da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva às terças-feiras, às 21h30. A entrada custa um euro para estudantes, dois euros para utentes da biblioteca e três euros para o público em geral. Os sócios do cineclube têm entrada livre.
quinta-feira, 5 de junho de 2025
Relação Fiel e Verdadeira (1987) de Margarida Gil
domingo, 1 de junho de 2025
401ª sessão: dia 3 de Junho (Terça-Feira), às 21h30
Esta terça-feira, dia 3 de Junho iniciamos o ciclo com Relação Fiel e Verdadeira (1987), de Margarida Gil. O filme é uma adaptação da autobiografia manuscrita de Antónia Margarida de Castelo Branco, intitulada “Fiel e verdadeira relação que dá dos sucessos de sua vida a creatura mais ingrata a seu Criador...”, escrita em 1685. O título “Relação Fiel e Verdadeira” joga com o duplo sentido da palavra “relação”, referindo-se tanto ao relato autobiográfico quanto ao relacionamento conjugal retratado no filme. O filme foi apresentado no Festival Internacional de Cinema de Veneza.
Margarida Gil é uma importante cineasta portuguesa após o 25 de abril, tendo sido, ainda, assistente de realização em diversas obras do realizador João César Monteiro. Juntos fundaram a produtora Monteiro & Gil, cuja primeira produção fílmica foi “Relação Fiel e Verdadeira”, também primeira longa-metragem de ficção de Margarida Gil.
As sessões do Lucky Star ocorrem no auditório da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva às terças-feiras, às 21h30. A entrada custa um euro para estudantes, dois euros para utentes da biblioteca e três euros para o público em geral. Os sócios do cineclube têm entrada livre.
sábado, 31 de maio de 2025
quinta-feira, 29 de maio de 2025
Noite de Estreia (1978) de John Cassavetes
domingo, 25 de maio de 2025
399ª e 400ª sessão: dia 27 e 29 de Maio (Terça e Quinta-feira), às 21h30 e 20h30, respectivamente
Para o mês de Maio, o Lucky Star- Cineclube de Braga programou uma pequena retrospectiva do realizador estadunidense John Cassavetes, importante propulsor do cinema independente. As sessões deste ciclo ocorrem, como habitualmente, às terças-feiras na biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, às 21h30.
Ainda em Maio, realizar-se-ão duas sessões especiais de “Cinema em Revolução”, em parceria com a associação cultural Terminal Complex e no âmbito da exposição “Somos Todos Capitães – 50 anos em Liberdade”. Estas sessões ocorrem no gnration nas duas últimas quintas-feiras do mês, às 20h30.
Esta terça-feira 27 de maio, encerra-se a retrospectiva de John Cassavetes com o filme Noite de Estreia (1977), e na quinta-feira, 29 de maio, no gnration, será exibido o filme Bom Povo Português (1980) de Rui Simões. Esta sessão contará com a presentação do realizador.
Em Noite de Estreia, uma atriz veterana sente as pressões do trabalho e vê a sua vida a desmoronar-se diante dos olhos do público e dos colegas, na véspera da estreia de uma peça de teatro. Com uma performance magistral de Gena Rowlands, a narrativa explora o “ser mulher” no mundo artístico e as aflições existênciais emaranhadas no ofício, através de um retrato imersivo e angustiante dos bastidores do teatro, onde a linha entre a realidade e a performance se desfaz.
Bom Povo Português é um documento único sobre a agitação social e política durante o PREC – Período Revolucionário em Curso, de 25 de Abril de 1974 até 25 de novembro de 1975. Recorrendo a material de arquivo de diversas fontes visuais e sonoras, “Bom Povo Português” juntamente com “Deus Pátria Autoridade” (1975) são o díptico incontornável no cinema português que retrata a passagem de um regime fascista para a democracia através da utopia de um processo revolucionário em que o povo foi protagonista. O filme revela as tensões entre a tradição e a modernidade, o conservadorismo e o desejo de mudança, oferecendo uma reflexão profunda sobre os caminhos futuros de Portugal.
As sessões do Lucky Star ocorrem no auditório da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva às terças-feiras, às 21h30. A entrada custa um euro para estudantes, dois euros para utentes da biblioteca e três euros para o público em geral. Os sócios do cineclube têm entrada livre. As sessões especiais no gnration ocorrem às quintas-feiras, às 20h30, e a entrada é gratuita.
Até terça e quinta-feira!
quinta-feira, 22 de maio de 2025
Uma Mulher Sob Influência (1974) de John Cassavetes
domingo, 18 de maio de 2025
397ª e 398ª sessão: dia 20 e 22 de Maio (Terça e Quinta-feira), às 21h30 e 20h30, respectivamente
“Uma Mulher Sob Influência” de John Cassavetes e “Aqueles Que Ficaram (Em Toda a Parte Todo o Mundo Tem)” de Marianela Valverde, esta terça e quinta
Para o mês de Maio, o Lucky Star- Cineclube de Braga programou uma pequena retrospectiva do realizador estadunidense John Cassavetes, importante propulsor do cinema independente. As sessões deste ciclo ocorrerão, como habitualmente, às terças-feiras na biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, às 21h30. Ainda em Maio, realizar-se-ão duas sessões especiais de “Cinema em Revolução”, em parceria com a associação cultural Terminal Complex e no âmbito da exposição “Somos Todos Capitães – 50 anos em Liberdade”. Estas sessões irão ocorrer no gnration nas duas últimas quintas-feiras do mês, às 20h30.
Esta terça-feira 20 de maio, exibimos o filme Uma Mulher Sob Influência (1974), de John Cassavetes e no dia 22 de maio, quinta-feira, será exibido o filme Aqueles Que Ficaram Em Toda a Parte Todo o Mundo Tem (2024) de Marianela Valverde.
Em Uma Mulher Sob Influência, Mabel (Gena Rowlands) é uma dona de casa em constante batalha com seus demónios internos e com o peso simbólico de ser mulher, enquanto o seu marido, Nick (Peter Falk), tenta lidar com as consequências da sua saúde mental fragilizada. Nesta trama visceral e sensível, Cassavetes explora os limites do amor, da sanidade e da família, oferecendo um retrato cru e imersivo das relações humanas no contexto doméstico. O filme é notável pela improvisação dos diálogos e pela performance de Gena Rowlands, bem como pela abordagem inovadora e realista, sem recorrer a artifícios cinematográficos convencionais.
Com um olhar intimista e profundamente humano, Aqueles Que Ficaram Em Toda a Parte Todo o Mundo Tem explora as marcas deixadas pela ditadura do Estado Novo em Portugal. Através de relatos de 28 familiares, filhos e filhas de opositores políticos, o filme investiga o legado de uma época de repressão e como as histórias pessoais se entrelaçam com a memória coletiva. Uma reflexão poderosa sobre resistência, identidade e os ecos do passado no presente. A sessão contará com a presença da realizadora e investigadora Marianela Valverde.
As sessões do Lucky Star ocorrem no auditório da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva às terças-feiras, às 21h30. A entrada custa um euro para estudantes, dois euros para utentes da biblioteca e três euros para o público em geral. Os sócios do cineclube têm entrada livre. As sessões especiais, no gnration ocorrem às quintas, às 20h30, e têm entrada livre.
Até a próxima terça e quinta-feira!
quarta-feira, 14 de maio de 2025
Rostos (1968) de John Cassavetes
domingo, 11 de maio de 2025
396ª sessão: dia 13 de Maio (Terça-Feira), às 21h30
Para o mês de Maio, o Lucky Star - Cineclube de Braga programou uma pequena retrospectiva do realizador estadunidense John Cassavetes, importante propulsor do cinema independente. As sessões deste ciclo ocorrerão, como habitualmente, às terças-feiras na biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, às 21h30.
Esta terça-feira, 13 de maio, exibimos o filme Rostos (1968), de Cassavetes. Num bar, Richard e Freddie conhecem Jeannie, uma call-girl que os leva para sua casa. Ao retornar, Richard tem uma discussão com sua esposa, Maria, e decide voltar para Jeannie. Maria, por sua vez, resolve também passar a noite fora. Assim, inicia-se uma noite carregada de tensão emocional e revelações íntimas sobre os limites do amor e do casamento. A narrativa acompanha a desintegração do relacionamento do casal através de confrontos e diálogos intensos.
A partir de experiências que testemunhou, Cassavetes retrata a inquietação que muitos casamentos da classe média americana da época exalavam, fruto da incapacidade das pessoas comunicarem genuinamente e estabelecerem ligações emocionais profundas. Cassavetes afirmou que o propósito fundamental da obra era expor o quão raramente os seres humanos escutam e conversam de forma autêntica.
O filme foi rodado em 16mm, com todo o cenário iluminado de modo a permitir maior liberdade de movimento aos actores. Na maioria das cenas, optou-se pela utilização de microfones de lapela para evitar o recurso a equipamentos sonoros mais intrusivos que poderiam comprometer a espontaneidade das interpretações.
As sessões do Lucky Star ocorrem no auditório da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva às terças-feiras, às 21h30. A entrada custa um euro para estudantes, dois euros para utentes da biblioteca e três euros para o público em geral. Os sócios do cineclube têm entrada livre.
quarta-feira, 7 de maio de 2025
Sombras (1959) de John Cassavetes
domingo, 4 de maio de 2025
395ª sessão: dia 6 de Maio (Terça-Feira), às 21h30
Para o mês de Maio, o Lucky Star- Cineclube de Braga programou uma pequena retrospectiva do realizador estadunidense John Cassavetes, importante propulsor do cinema independente. As sessões deste ciclo ocorrerão, como habitualmente, às terças-feiras na biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, às 21h30.
John Nicholas Cassavetes foi um actor e realizador estadunidense que ficou conhecido como o “pai do cinema independente dos Estados Unidos”. Esta terça-feira, 6 de maio, iniciamos o ciclo com a exibição do filme Sombras (1959).
As sessões do Lucky Star ocorrem no auditório da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva às terças-feiras, às 21h30. A entrada custa um euro para estudantes, dois euros para utentes da biblioteca e três euros para o público em geral. Os sócios do cineclube têm entrada livre.
sexta-feira, 2 de maio de 2025
quinta-feira, 1 de maio de 2025
A História de Souleymane (2024) de Boris Lojkine
Todo o cinema tem uma dimensão política na medida em que nos propõe uma visão do mundo que reflecte interesses, valores e crenças, e recorre a processos retóricos que visam convencer-nos da sua justeza. Apenas existem filmes cuja mensagem política é mais ou menos subliminar e outros onde ela é explícita. Isso pode revelar-se, desde logo, no assunto tratado. É esse o caso de A História de Souleymane. O seu tema é o da imigração, ou melhor, o da condição imigrante e, sobre isso, confrontamo-nos todos os dias com posicionamentos políticos diferentes.
Vivemos todos num mundo cada vez mais pequeno. Chamamos a isso “a globalização”. Sabemos que ela pode assumir diferentes aspectos. Quando falamos de globalização, podemos estar a falar da livre circulação de capitais, de mercadorias ou de ideias. Os meios tecnológicos de que dispomos permitem que ela se faça com uma facilidade e uma rapidez cada vez maior. Mas, podemos estar a falar também dos grandes movimentos migratórios que põem em contacto povos com diferentes costumes e tradições. Confrontamo-nos com as suas consequências, com a forma como ela nos afecta e com as diferentes reacções que suscita. As respostas que lhe damos são necessariamente políticas.
A História de Souleymane é um filme político desde logo pelo seu tema, mas é-o também noutro sentido. O seu final aberto obriga-nos a tomar uma posição: expostas as verdadeiras razões que levaram Souleymane Sangaré a emigrar clandestinamente para França, nós, espectadores, gostaríamos que as autoridades francesas lhe concedessem asilo ou não?
Podemos entender grande parte do filme como um preâmbulo à emocionante cena final onde se vai decidir o seu futuro. Afinal, todas as sequências anteriores, que nos descrevem a violência e a vulnerabilidade da condição do imigrante clandestino e, neste caso, daqueles que trabalham nas plataformas de distribuição da uber (será difícil continuarmos a olhar para essas pessoas com os mesmos olhos depois de temos visto este filme), permanentemente dependentes da boa ou da má vontade de desconhecidos, são uma demonstração prática da força das razões que levam muitas pessoas a suportar essa experiência.
A personagem de Souleymane Sangaré não é interpretada por um actor profissional, mas por alguém que viveu de facto os acontecimentos de que o filme dá conta. Vemo-lo praticamente em todas as cenas. O seu quotidiano decorre num ritmo frenético, a pedalar no meio dos carros, na urgência dos seus contactos com clientes e fornecedores, na corrida para o autocarro que o há-de conduzir ao albergue onde pode dormir, nas fugazes relações que mantém com outros imigrantes ou com Emmanuel, que lhe “aluga” a sua licença de trabalho... O tempo voa, aproxima-se a hora da entrevista com a agente da OFRA e ele tem de memorizar a “história” que lhe poderá dar direito à condição de refugiado.
Entretanto, ficamos a saber dos perigos que enfrentou para poder chegar a França e assistimos à ruptura da sua relação com Kadiatou, a namorada que deixou na Guiné. Depois de conhecida a história de Souleymane, das condições da sua “(sobre)vivência num mundo inóspito” (o tema do ciclo que com este filme se encerra) poderíamos concluir com uma afirmação muito ouvida nos filmes “de tribunal”: “that’s the case”. Cumpre-nos a nós, agora, decidir: Quem merece ser condenado, quem merece o nosso reconhecimento?