domingo, 21 de setembro de 2025

415ª sessão: dia 23 de Agosto (Terça-Feira), às 21h30


Em setembro e outubro, o cinema é Manifestação de Interesse 

De 23 de setembro até ao final de outubro, o Lucky Star – Cineclube de Braga apresenta, em parceria com os Encontros da Imagem, um ciclo de oito filmes com sessões às terças-feiras na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva. Sob o tema Manifestação de Interesse, a edição de 2025 abre espaço à diversidade de linguagens visuais, explorando as transformações sociais, a memória e noções de identidade. Neste espírito, o cineclube junta-se ao programa com uma seleção que dialoga diretamente com a proposta do festival.

No dia 23 de setembro, inicia-se o ciclo com Lúa Vermella, de Lois Patiño, um filme que, entre a vídeo-arte e o género sci-fi, nos transporta para uma aldeia galega suspensa no tempo, onde lendas, fantasmas e o mar se cruzam num cinema hipnótico que funde mito e realidade.
 
A 30 de setembro exibe-se A Savana e a Montanha realizado por Paulo Carneiro. O filme retrata uma comunidade ameaçada pela maior mina de lítio da Europa, em Covas do Barroso, onde os habitantes transformam a resistência num irreverente faroeste musical.

No dia 7 de outubro é a vez de Porto da Minha Infância, regresso de Manoel de Oliveira às memórias da sua juventude, num retrato poético em que a cidade se confunde com a própria vida e obra do cineasta.

A 15 de outubro, presta-se homenagem ao cinema com João Bénard da Costa: Outros Amarão as Coisas que Eu Amei, filme de Manuel Mozos que evoca a figura central da cinefilia portuguesa num ensaio sobre memória, dedicação e amor absoluto pelo cinema.

No dia 21, serão exibidos dois filmes: KORA, de Cláudia Varejão, que traça um retrato sensorial das experiências de mulheres migrantes e refugiadas, refletindo sobre identidade e pertença, seguido por Onde as Ondas Quebram, no qual Inara Chayamiti revisita a memória da comunidade japonesa no Brasil.

Na última semana, encerra-se o ciclo com dois filmes: Tornar-se Um Homem na Idade Média, de Isadora Neves Marques, cuja narrativa reflecte sobre reprodução, família e os limites entre natural e artificial e, por fim, o filme As Fado Bicha, de Justine Lemahieu, no qual se dá voz às identidades LGBTI+ dentro do universo do fado, celebrando diversidade, resistência e liberdade através da música.
 
Assim, o ciclo arranca na próxima terça com o filme de Lois Patiño. Lúa Vermella foca-se numa aldeia remota da costa galega (conhecida como a Costa da Morte), onde o tempo parece ter-se detido: os habitantes encontram-se estáticos, como se enredados num luto interminável. Apenas murmúrios sobre fantasmas, monstros marinhos e a enigmática “lua vermelha” quebram o silêncio. Quando Rubio, um marinheiro, desaparece nas profundezas do oceano, três bruxas descem das montanhas para o resgatar — ou, talvez, despertar forças ancestrais que o mar nunca deveria soltar. Assim, Patiño funde mito e realidade em planos fixos e composições intrincadas, onde o mar, as lendas e o silêncio se tornam matéria de um cinema hipnótico e sensorial.

As sessões do Lucky Star ocorrem no auditório da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva às terças-feiras às 21h30. A entrada custa um euro para estudantes, dois euros para utentes da biblioteca e três euros para o público em geral. Os sócios do cineclube têm entrada livre.

Até terça-feira!


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