“Lola” de Fassbinder para ver na biblioteca
Em Janeiro, inaugurando o novo ano das suas actividades, o Lucky Star – Cineclube de Braga, em parceria com o Goethe-Institut de Portugal, promove o ciclo “Poder e opressão - As Mulheres de Fassbinder”, com a exibição de quatro filmes do cineasta alemão Rainer Werner Fassbinder no auditório da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva.
Rainer Fassbinder nasceu em Bad Wörishofen, na Baviera, a 31 de Maio de 1945. Faleceu em Munique a 10 de Junho de 1982, aos 37 anos. Durante a sua breve carreira, que durou apenas quinze anos, escreveu vinte e quatro peças, escreveu e realizou mais de quarenta filmes, entrando como actor noutros tantos, e fez duas séries para a televisão.
O ciclo dedicado ao alemão continua amanhã às 21h30 com a exibição de Lola, terceiro tomo da trilogia BRD, apesar de cronologicamente ter sido o segundo a ser realizado. As outras duas partes da trilogia são O Casamento de Maria Braun e A Saudade de Veronika Voss, que será exibido pelo cineclube na última sessão de Janeiro, dia 30 às 21h30.
A trilogia BRD é uma trilogia temática, não narrativa, e o acrónimo “BRD” significa “Bundesrepublik Deutschland”, que se traduz em português como “República Federal da Alemanha”. Os três filmes centram-se na vida de uma mulher diferente durante o pós-guerra e o chamado “milagre económico” alemão dos anos cinquenta.
Lola situa-se então no pós-guerra, centrando-se na personagem-título que trabalha como cantora num bordel onde se encontram os ricos e poderosos.
Fassbinder falou sobre a génese de Lola no dossier de imprensa do filme, explicando que “depois de ter feito A Segunda Dimensão com Dirk Bogarde, ele escreveu-me uma carta a dizer que, embora na verdade não quisesse fazer mais filmes, gostava de fazer outro filme comigo—e queria que fosse o Professor Unrat de Heinrich Mann. Achei que isto era uma ideia empolgante.”
“Mas os meus escritores, Peter Märthesheimer e Pea Fröhlich,” continuava ele, “disseram que a estória no romance tal como está não lhes interessava muito. Entretanto, eu também estava no ponto de pensar para mim mesmo que o período em que o romance se situa—ou seja, antes da Primeira Guerra Mundial—também não me interessava muito. Eu estou interessado nos anos cinquenta.”
As sessões do cineclube ocorrem sempre às terças-feiras, às 21h30, e a entrada custa um euro para estudantes, dois euros para utentes da biblioteca e três euros para o público em geral. Os sócios do Lucky Star têm entrada livre.
Até Terça!
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