Continuamos a nossa viagem aos primórdios do cinema francês e de todo o cinema, por extensão, com a exibição de Lumière!, colectânea de 108 curtas dos Lumière comentada pelo director do Instituto Lumière e do Festival de Cannes, Thierry Frémaux. É a nossa próxima sessão e uma oportunidade para ver o trabalho dos Lumière como deve ser visto, num écrã de cinema, o do Braga Shopping.
Em entrevista a Nicolas Gilson, Thierry Frémaux disse que "o desafio era fazer um filme de 90 minutos como um filme de hoje e tentar que ele voltasse a encontrar espectadores. É um património comum, universal. Prevaleceram duas ideias ao fazer este filme: mostrar o restauro dos filmes Lumière e ir ao encontro do público em condições normais de projecção. É um acontecimento tão mais considerável já que depois da altura nunca mais houve filmes Lumière no cinema – houveram acontecimentos culturais, certamente, mas o cinema de Lumière nunca mais voltou às salas. Depois de termos feito um primeiro DVD « de museu », decidimos tentar a nossa sorte. O distribuidor francês Ad Vitam veio atrás de nós, tal como a companhia Wild Bunch, convencida que o filme se iria vender no estrangeiro. Foi um verdadeiro acto de fé, de amor, para fazer justiça aos irmãos Lumière : eles também inventaram a sala de cinema e era preciso que lá voltassem."
Em entrevista a Nicolas Gilson, Thierry Frémaux disse que "o desafio era fazer um filme de 90 minutos como um filme de hoje e tentar que ele voltasse a encontrar espectadores. É um património comum, universal. Prevaleceram duas ideias ao fazer este filme: mostrar o restauro dos filmes Lumière e ir ao encontro do público em condições normais de projecção. É um acontecimento tão mais considerável já que depois da altura nunca mais houve filmes Lumière no cinema – houveram acontecimentos culturais, certamente, mas o cinema de Lumière nunca mais voltou às salas. Depois de termos feito um primeiro DVD « de museu », decidimos tentar a nossa sorte. O distribuidor francês Ad Vitam veio atrás de nós, tal como a companhia Wild Bunch, convencida que o filme se iria vender no estrangeiro. Foi um verdadeiro acto de fé, de amor, para fazer justiça aos irmãos Lumière : eles também inventaram a sala de cinema e era preciso que lá voltassem."
Para o Diário de Notícias, Inês Lourenço escreveu que "celebrar o cinema é isto: ir à sua origem e colher
a magia das primeiras imagens em movimento.
Thierry Frémaux, director do Festival de Cannes e do
Instituto Lumière, oferece-nos essa viagem
privilegiada, ao longo de 108 filmes - dos mais de
1400 da colecção dos irmãos inventores do
cinematógrafo - que provam como o seu olhar tinha um rigoroso sentido de mise en scène.
"Cada uma destas obras, com menos de um minuto, é uma linguagem sobre a realidade, desde os magníficos enquadramentos à construção dramática...
"Já era altura de mostrar assim, através de um rico trabalho de composição, com preciosos comentários do próprio Frémaux, que afinal Auguste e Louis Lumière não foram apenas inventores de um aparelho, mas também pioneiros da arte que se faria com ele. Está lá tudo. E é maravilhoso perceber isso ao longo do prazeroso roteiro que é Lumière!"
No seu blog, Carlos Melo Ferreira, autor do prefácio ao nosso livro e que já apresentou Howard Hawks ao público fiel do nosso cineclube (tem um livro novo sobre o realizador, para quem estiver interessado), escreveu que se trata "de um empreendimento histórico pela sua amplitude e os filmes que inclui, já sujeitos a uma completa análise histórica, que têm tudo que ver com o cinema que antecipam em encenação - a profundidade de campo, a diagonal, o fora de campo - e em construção dramática ou cómica, mesmo se também inspirados na pintura do século XIX. Tinham razão aqueles que afirmaram que o cinema estava já completo nesses primeiros filmes de um só plano. A montagem estava já em cada um deles, embora a de mais de dois planos tenha chegado poucos anos depois.
"Cada uma destas obras, com menos de um minuto, é uma linguagem sobre a realidade, desde os magníficos enquadramentos à construção dramática...
"Já era altura de mostrar assim, através de um rico trabalho de composição, com preciosos comentários do próprio Frémaux, que afinal Auguste e Louis Lumière não foram apenas inventores de um aparelho, mas também pioneiros da arte que se faria com ele. Está lá tudo. E é maravilhoso perceber isso ao longo do prazeroso roteiro que é Lumière!"
No seu blog, Carlos Melo Ferreira, autor do prefácio ao nosso livro e que já apresentou Howard Hawks ao público fiel do nosso cineclube (tem um livro novo sobre o realizador, para quem estiver interessado), escreveu que se trata "de um empreendimento histórico pela sua amplitude e os filmes que inclui, já sujeitos a uma completa análise histórica, que têm tudo que ver com o cinema que antecipam em encenação - a profundidade de campo, a diagonal, o fora de campo - e em construção dramática ou cómica, mesmo se também inspirados na pintura do século XIX. Tinham razão aqueles que afirmaram que o cinema estava já completo nesses primeiros filmes de um só plano. A montagem estava já em cada um deles, embora a de mais de dois planos tenha chegado poucos anos depois.
"Ora este filme de filmes tem tudo que ver com a "ontologia do cinema" tratada por André Bazin num escrito célebre, recordada no número 742 deste mês de Março dos Cahiers du Cinéma por Stéphane Delorme no importante dossier "Pourquoi le cinéma?", em "Sensibilité - La corde sensible", um texto a que tenho a objectar só utilizar exemplos europeus e norte-americanos e usar como sinónimos "sentimentos" e "emoções", sem os distinguir - cf. António Damásio."
Até amanhã!
Até amanhã!
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