Clássico de Marcel Carné no auditório da BLCS
A próxima sessão do ciclo “Da Revolução à Queda de Vichy - Clássicos do Cinema francês”, promovido pelo Lucky Star - Cineclube de Braga em parceria com a Alliance Française, está marcada para terça-feira às 21h30 na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva e será o filme de Marcel Carné, Os Rapazes da Geral, cujo título original é “Les enfants du paradis”.
O título do filme faz menção à galeria do teatro onde se sentavam as franjas mais pobres da população e que em Portugal se chamava coloquialmente de “galinheiro”. Também conhecida entre nós por “geral”, em França chamava-se à galeria “paraíso”, pois era onde se sentavam as pessoas que os actores mais queriam impressionar: os “deuses”.
Marcel Carné nasceu em Paris, no ano de 1906. Começou a trabalhar como crítico de cinema em revistas como a Cinémagazine e a Cinémonde, tornando-se entretanto editor do semanário Hebdo-Films. Depois de trabalhar como assistente de realização de Jacques Feyder e René Clair, realiza a primeira longa-metragem em 1936, Jenny, que era para ser realizada por Feyder, só que este desistiu do trabalho em favor do seu aprendiz e protegido.
Foi durante a produção de Jenny que conheceu o poeta e argumentista Jacques Prévert, com quem trabalhou em vários filmes, nomeadamente em Les enfants du paradis. É por esta parceria que é mais celebrado e conhecido, ainda hoje, apesar de ter vivido até aos noventa anos e de ter realizado o seu último filme em 1977, o documentário La Bible.
Les enfants du paradis foi realizado no rescaldo do enorme sucesso de Os Trovadores Malditos, de 1942, também escrito por Prévert e realizado por Carné. O produtor dos dois filmes, André Paulvé, deu carta branca ao duo e um orçamento quase ilimitado para a sua produção. Com uma rodagem que se estendeu por dois anos, durante a Segunda Guerra Mundial, as filmagens decorreram na zona livre e na zona ocupada de França.
Ambientado no início do século XIX, o filme conta com um elenco monumental, que além dos protagonistas Arletty, Jean-Louis Barrault, Pierre Brasseur, Marcel Herrand e Louis Salou, conta ainda com Pierre Renoir, bem como Simone Signoret e Gérard Blain em início de carreira. Foi lançado depois da Libertação, a 9 de Março de 1945, e foi um grande sucesso.
As sessões do Lucky Star ocorrem sempre às terças-feiras, às 21h30, e a entrada custa um euro para estudantes e utentes da biblioteca e três euros para o público em geral. Os associados do cineclube têm entrada livre.
Até Terça-Feira!
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