Jean-Marie Straub e Danièle Huillet na BLCS
Durante os meses de Setembro e Outubro, no auditório da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, o Lucky Star – Cineclube de Braga exibe doze longas-metragens e uma curta em parceria com os Encontros da Imagem. O ciclo tem como mote o tema dos Encontros deste ano, “Ensaio para o Futuro”, e é inteiramente dedicado à memória de Carlos Fontes.
Nesta última semana de Setembro, os filmes a exibir serão Moisés e Aarão de Jean-Marie Straub e Danièle Huillet, amanhã às 21h30, e Mad Max: Estrada da Fúria de George Miller, antecedido pela curta-metragem Sweet Survival de Katharina Gerlich, na Quinta-Feira dia 28. A sessão de dia 28 contará com a presença de Marta Carvalho, actriz e produtora associada de Sweet Survival.
Moisés e Aarão é uma adaptação da ópera inacabada de Arnold Schönberg com o mesmo nome, centrando-se sobre a missão atribuída por Deus a Moisés de procurar o seu irmão Aarão para que este o ajude a tornar-se profeta. Rodado em exteriores no Egipto e em Itália, o filme estreou em Maio de 1975 no Festival de Cannes e foi dedicado a Holger Meins.
Sobre a ópera de Schönberg, Jean-Marie Straub disse a Joel Rogers em 1976 que “eu frequentava a ópera porque me tinha interessado vagamente em Schönberg, mas não sabia de todo o que estava prestes a ver. As pessoas só me tinham dito para a ver porque era interessante. E quando a vi finalmente, comoveu-me mesmo. Arranjei imediatamente o libreto e a partitura, e percebi que o que eu tinha visto não era de todo o que Schönberg tinha imaginado. Não era o que tinha planeado.”
Sobre a procura pelos locais, Danièle Huillet disse a Helge Heberle e Monika Funke Stern em 1982 que “era mais fácil em França. Voltávamos sempre aos locais. No Egipto só podíamos fazer isto uma vez e era difícil encontrar os locais. Não há mapas além dos que foram feitos pela administração colonial. Os nomes estão em egípcio e por baixo em europeu. Nós procurámos os locais com fotocópias deles.”
“As pessoas lá,” continuava, “a cinco quilómetros de uma aldeia, não sabem como se chama a aldeia a seguir. Sondámos os locais com um amigo de Paris, um egípcio, no carro dele. Às vezes precisávamos de um dia inteiro para encontrar uma aldeia. Portanto era mais ou menos o mesmo trabalho que o das pessoas que tinham desenhado os mapas. Só que tivemos apenas cerca de vinte dias no Egipto.”
As sessões do Lucky Star - Cineclube de Braga ocorrem no auditório da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, durante este ciclo às terças e quintas-feiras às 21h30. A entrada custa um euro para estudantes e utentes da biblioteca e três euros para o público em geral. Os sócios do cineclube têm entrada livre.
Até Terça!
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