“Matar ou não Matar” é a próxima sessão do Lucky Star
Este mês de Março, o Lucky Star – Cineclube de Braga vai exibir quatro longas-metragens do cineasta norte-americano Nicholas Ray no auditório da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva.
O novo ciclo, intitulado “Mais do que cinema - Os filmes de Nicholas Ray”, inicia-se terça-feira às 21h30 com a exibição de Matar ou não Matar, a quarta longa-metragem de Ray, realizada em 1950, sobre um argumentista de Hollywood que não tem um filme bem sucedido desde os anos trinta e com Humphrey Bogart e Gloria Grahame nos principais papéis.
Nicholas Ray nasceu Raymond Nicholas Kienzle Jr. em Galesville, no Winsconsin, em 1911, falecendo aos 67 anos em Nova Iorque, a 16 de Junho de 1979. Trabalhou no sistema de estúdios de Hollywood durante os anos quarenta, cinquenta e sessenta, chamando a atenção dos críticos da revista francesa Cahiers du Cinéma, que mais tarde se tornariam também realizadores.
Ray influenciou ainda toda uma geração de jovens cineastas durante a década de setenta, alunos e admiradores como os americanos Jim Jarmusch, Dennis Hopper e Jon Jost ou o alemão Wim Wenders, que terminou com ele uma última obra, Lightning Over Water, de 1980, conhecido entre nós como “Nick’s Movie - Um Acto de Amor”.
“Aquilo em que se repara em Matar ou não Matar é a vivacidade e a firmeza dos gestos e dos movimentos,” escreveu Bernard Eisenschitz no seu livro essencial dedicado ao cineasta norte-americano, Roman Américain - Les vies de Nicholas Ray, publicado em 1990, “a firmeza dos riscos tomados com os dois actores ao sabotá-los de forma deliberada.”
“Bogart, uma presença física,” continuava ele, “envelhecido, despojado da sua aura, de pijama ou com as mangas da camisa enroladas por cima de braços peludos — já não é o ícone na inevitável camisa branca imaculada dos seus últimos filmes na Warner (Key Largo).”
Num ensaio escrito para a revista britânica Sight and Sound, no Inverno de 1966, a actriz Louise Brooks diz que este filme “lhe deu um papel que ele podia interpretar com complexidade porque o orgulho na sua arte, o egoísmo, o alcoolismo, a escassez de energia golpeada com tacadas fulminantes de violência da personagem do filme, o argumentista, eram também partilhadas pelo verdadeiro Bogart.”
As sessões do cineclube ocorrem sempre às terças-feiras, às 21h30, e a entrada custa um euro para estudantes, dois euros para utentes da biblioteca e três euros para o público em geral. Os sócios do Lucky Star têm entrada livre.
Até Terça!
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