“We Can’t Go Home Again” terça à noite na BLCS
Este mês de Março, o Lucky Star – Cineclube de Braga exibe quatro longas-metragens do cineasta norte-americano Nicholas Ray no auditório da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva.
O ciclo, intitulado “Mais do que cinema - Os filmes de Nicholas Ray”, termina terça-feira às 21h30 com a exibição de We Can’t Go Home Again, filme que resultou de um convite que o Harpur College fez a Nicholas Ray para lá dar palestras. Depois de Ray receber um contrato de dois anos para trabalhar como professor, aproximou-se de alguns seus alunos e mudaram-se todos para uma casa fora do campus universitário para formar uma comuna cinematográfica. O filme passará com legendas em inglês.
Nicholas Ray nasceu Raymond Nicholas Kienzle Jr. em Galesville, no Winsconsin, em 1911, falecendo aos 67 anos em Nova Iorque, a 16 de Junho de 1979. Trabalhou no sistema de estúdios de Hollywood durante os anos quarenta, cinquenta e sessenta, chamando a atenção dos críticos da revista francesa Cahiers du Cinéma, que mais tarde se tornariam também realizadores.
Influenciou ainda toda uma geração de jovens cineastas durante a década de setenta, alunos e admiradores como os americanos Jim Jarmusch, Dennis Hopper e Jon Jost ou o alemão Wim Wenders, que terminou com ele uma última obra, Lightning Over Water, conhecido entre nós como “Nick’s Movie - Um Acto de Amor”.
“Nicholas Ray não podia regressar a Hollywood,” escreveu o crítico norte-americano Bill Krohn sobre este filme, “de que se tinha divorciado mal, portanto nesse sentido o desabrigo era algo que tinha em comum com os jovens insatisfeitos nas suas aulas, que estavam a começar a universidade perto do final do sinistro terceiro ano da administração Nixon. ‘Eu não quero ir para casa para os meus pais,’ diz uma rapariga no filme. ‘Ainda acham que sou virgem. Querem que seja virgem de novo!’”
“A perda da inocência é punida com o desabrigo (o Éden desaparecido),” terminava Krohn, “portanto em We Can’t Go Home Again a comuna formada com o propósito de fazer o filme torna-se uma família substituta, uma das muitas que surgiram nessa época por muitas razões. Esta foi chamada à existência pela solidão do cineasta e—embora não seja dito—pelas intimações de mortalidade que o tinham começado a assombrar. Este novo herói de Ray chama-se Nick.”
As sessões do cineclube ocorrem sempre às terças-feiras, às 21h30, e a entrada custa um euro para estudantes, dois euros para utentes da biblioteca e três euros para o público em geral. Os sócios do Lucky Star têm entrada livre.
Até Terça-Feira!
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