domingo, 14 de julho de 2024

352ª sessão: dia 16 de Julho (Terça-Feira), às 21h30


“Coração de Gelo” de Herzog para ver na biblioteca 

Durante o mês de Julho, o Lucky Star – Cineclube de Braga exibe mais seis filmes do cineasta alemão Werner Herzog, na continuação do ciclo que lhe dedicou o ano passado, também em parceria com o Goethe-Institut. Estas sessões de cinema realizam-se às terças-feiras às 21h30 no auditório da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva. 

Intitulado “E num breve instante, o sublime - seis filmes de Werner Herzog”, o ciclo continua terça-feira à noite com a exibição de Coração de Gelo, de 1976, longa-metragem rodada maioritariamente na região da Baviera, a poucos quilómetros da aldeia natal do cineasta, Sachrang, e em locais dispersos nos Alpes, na Suíça, nos Estados Unidos e na Irlanda. 

A história ambienta-se no século XVIII, numa aldeia da Baviera. Uma fábrica de vidro soprado que produz um vidro rubi de ouro brilhante vê-se confrontada com a morte do portador dos segredos da sua fabricação, o mestre soprador. O dono da fábrica, um barão obcecado com esse rubi, que acredita ter poderes mágicos, enlouquece com a perda do segredo, junto com toda a população. Hias, um estranho das montanhas, desce à aldeia e profetiza a destruição da fábrica num incêndio. 

“A sequência final do filme deve ser a melhor coisa que eu já fiz,” disse Herzog sobre Coração de Gelo a Paul Cronin no livro de entrevistas Werner Herzog - A Guide for the Perplexed, publicado em 2014 pela Faber & Faber. “É tão poderosa que eu não consigo respirar quando a vejo. Nós filmámos em plena paisagem extática de Skellig Michael, um imenso bloco de pedra a alguns quilómetros da costa sudoeste da Irlanda.” 

“Ergue-se como uma pirâmide a mais de duzentos metros do Atlântico bravio,” continuava Herzog, “onde um grupo de monges construiu um pequeno mosteiro no século oito para poderem ter uma boa visão do apocalipse iminente. Os saqueadores nórdicos pilharam o local durante anos, atirando alguns dos monges para o mar e vendendo o resto como escravos.” 

“Só se consegue ir a Skellig com bom tempo, caso contrário é muito atacado pelo vento,” terminava ele, “as ondas chegam aos trinta metros e desabam na face da rocha. Não foi fácil conseguir os planos dos homens a remar por causa das ondas violentas e das chuvas torrenciais.” 

As sessões do cineclube ocorrem sempre às terças-feiras, às 21h30, e a entrada custa um euro para estudantes, dois euros para utentes da biblioteca e três euros para o público em geral. Os sócios do Lucky Star - Cineclube de Braga têm entrada livre.

Até Terça-Feira!

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