“Coração de Gelo” de Herzog para ver na biblioteca
Durante o mês de Julho, o Lucky Star – Cineclube de Braga exibe mais seis filmes do cineasta
alemão Werner Herzog, na continuação do ciclo que lhe dedicou o ano passado, também em
parceria com o Goethe-Institut. Estas sessões de cinema realizam-se às terças-feiras às 21h30 no
auditório da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva.
Intitulado “E num breve instante, o sublime - seis filmes de Werner Herzog”, o ciclo continua terça-feira à
noite com a exibição de Coração de Gelo, de 1976, longa-metragem rodada maioritariamente na
região da Baviera, a poucos quilómetros da aldeia natal do cineasta, Sachrang, e em locais dispersos
nos Alpes, na Suíça, nos Estados Unidos e na Irlanda.
A história ambienta-se no século XVIII, numa aldeia da Baviera. Uma fábrica de vidro soprado que
produz um vidro rubi de ouro brilhante vê-se confrontada com a morte do portador dos segredos da
sua fabricação, o mestre soprador. O dono da fábrica, um barão obcecado com esse rubi, que
acredita ter poderes mágicos, enlouquece com a perda do segredo, junto com toda a população.
Hias, um estranho das montanhas, desce à aldeia e profetiza a destruição da fábrica num incêndio.
“A sequência final do filme deve ser a melhor coisa que eu já fiz,” disse Herzog sobre Coração de
Gelo a Paul Cronin no livro de entrevistas Werner Herzog - A Guide for the Perplexed,
publicado em 2014 pela Faber & Faber. “É tão poderosa que eu não consigo respirar quando a vejo.
Nós filmámos em plena paisagem extática de Skellig Michael, um imenso bloco de pedra a alguns
quilómetros da costa sudoeste da Irlanda.”
“Ergue-se como uma pirâmide a mais de duzentos metros do Atlântico bravio,” continuava Herzog,
“onde um grupo de monges construiu um pequeno mosteiro no século oito para poderem ter uma
boa visão do apocalipse iminente. Os saqueadores nórdicos pilharam o local durante anos, atirando
alguns dos monges para o mar e vendendo o resto como escravos.”
“Só se consegue ir a Skellig com bom tempo, caso contrário é muito atacado pelo vento,” terminava
ele, “as ondas chegam aos trinta metros e desabam na face da rocha. Não foi fácil conseguir os
planos dos homens a remar por causa das ondas violentas e das chuvas torrenciais.”
As sessões do cineclube ocorrem sempre às terças-feiras, às 21h30, e a entrada custa um euro para
estudantes, dois euros para utentes da biblioteca e três euros para o público em geral. Os sócios do
Lucky Star - Cineclube de Braga têm entrada livre.
Até Terça-Feira!
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