segunda-feira, 1 de julho de 2024

350ª sessão: dia 2 de Julho (Terça-Feira), às 21h30


Lançamento na Centésima Página e sessão na biblioteca 

Durante o mês de Julho, o Lucky Star – Cineclube de Braga vai exibir seis filmes do cineasta alemão Werner Herzog, na continuação do ciclo que lhe dedicou o ano passado, também em parceria com o Goethe-Institut. As sessões realizam-se às 21h30 no auditório da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva. 

Intitulado “E num breve instante, o sublime - seis filmes de Werner Herzog”, o ciclo inicia-se amanhã com a exibição de No País do Silêncio e da Obscuridade, filme centrado na activista alemã Fini Straubinger, cega desde a infância e surda desde a adolescência. A sessão será apresentada por Carlos Vaz Marques, que também apresentará o livro O Crepúsculo do Mundo de Herzog no mesmo dia às 18h na Livraria Centésima Página. 

Editado pela Livros Zigurate, dirigida precisamente por Carlos Vaz Marques, O Crepúsculo do Mundo é sobre Hiroo Onoda, um tenente japonês que esteve convencido durante trinta anos de que a rendição do seu país no final da Segunda Guerra Mundial era uma mentira do inimigo. 

Sobre Onoda, Herzog disse ao jornal The Guardian que “o que me espantou foi a sua dignidade, determinação serena e compreensão do mundo. Quando voltou ao Japão, ele ficou chocado que se tivesse tornado num país de consumismo, que, nas suas palavras, tinha “perdido a alma”. Deixou o Japão e fundou um rancho com gado no Brasil. Não sei o que é que achava de mim mas ele quis continuar o nosso contacto. Fico fascinado pela forma como, no final da sua estória, a linguagem se desintegra e dissolve enquanto a existência na ilha se torna insignificante.” 

“Eu fiquei imediatamente fascinado com a Fini,” disse Herzog a Paul Cronin sobre Fini Straubinger. “Em criança aos nove anos ela tinha caído de umas escadas e bateu violentamente com a cabeça, mas como estava preocupada que a mãe ficasse zangada, manteve-se calada e sentiu-se doente durante meses. O médico pensou que era por estar a crescer, mas depois de um ou dois anos ficou cega, depois aos dezanove ficou surda.” 

“Para ela, a história parou por volta de 1920,” continua, “porque tinha vivido durante tantos anos rodeada de freiras piedosas num convento e falava um alemão anacrónico do século anterior. O dia em que vi a Fini pela primeira vez foi o dia em que decidi fazer um filme sobre ela.” 

As sessões do cineclube ocorrem sempre às terças, às 21h30. A entrada custa um euro para estudantes, dois euros para utentes da BLCS e três euros para o público em geral. Os sócios do cineclube têm entrada livre.

Até Terça-Feira!

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