“Ecos de um Império Sombrio” para ver na biblioteca
Durante o mês de Julho, o Lucky Star – Cineclube de Braga exibe mais seis filmes do cineasta alemão Werner Herzog, na continuação do ciclo que lhe dedicou o ano passado, também em parceria com o Goethe-Institut. Estas sessões realizam-se às terças-feiras às 21h30 no auditório da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva.
Intitulado “E num breve instante, o sublime - seis filmes de Werner Herzog”, o ciclo continua terça-feira à noite com a exibição de Ecos de um Império Sombrio, longa-metragem de 1990 rodada entre Veneza, França e a República Centro-Africana sobre o império de Jean-Bédel Bokassa.
Em 1977, o correspondente especial na República Centro-Africana Michael Goldsmith foi acusado de espionagem no seguimento de uma reportagem sobre a coroação do auto-proclamado imperador Jean-Bédel Bokassa, sendo posteriormente preso e torturado pelas suas forças. Treze anos depois, Goldsmith e Herzog seguem os rastos desse império do terror, falando com as esposas, os filhos, os advogados e outras vítimas de Bokassa.
“Eu encontrei o Michael – que na altura era o chefe da filial africana da Associated Press – depois de ter lido alguns dos seus despachos publicados,” disse o cineasta alemão sobre Michael Goldsmith a Paul Cronin em Werner Herzog - A Guide for the Perplexed. “Não me lembro exactamente de onde o conheci pela primeira vez, mas tal como aqueles que atravessaram o Sáara, as pessoas que estiveram na República Centro-Africana durante o reino de Bokassa ou o caos do Congo encontram-se umas às outras de alguma forma."
“Eu não consigo explicar como é que estas pessoas se ligam,” continuava ele, “simplesmente nos reconhecemos uns aos outros. O Michael Goldsmith era diferente da maior parte dos jornalistas que conheci em África. Muitos eram arrivistas jovens ou alcoólicos envelhecidos e cínicos, mas o Michael exprimia uma certa atitude filosófica.”
“Ele tinha reportado de todo o mundo durante décadas,” terminava, “e eu apreciava a sua visão sobre a vida. Soube que era a chave para contar a estória de Bokassa a partir do momento em que o encontrei e por isso é que sempre vi Ecos de um Império Sombrio mais como uma viagem a um pesadelo pessoal do que um documentário.”
As sessões do cineclube ocorrem sempre às terças-feiras, às 21h30, e a entrada custa um euro para estudantes, dois euros para utentes da biblioteca e três euros para o público em geral. Os sócios do Lucky Star - Cineclube de Braga têm entrada livre.
Até Terça!
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