sábado, 24 de agosto de 2024

358ª sessão: dia 26 de Agosto (Segunda-Feira), às 21h30


Última obra de Cordeiro e Reis para ver no Theatro Circo 

No mês de Agosto, o Lucky Star – Cineclube de Braga exibe as três longas-metragens assinadas por Margarida Cordeiro e António Reis, bem como as primeiras curtas-metragens de António Reis. As sessões realizam-se às segundas-feiras no pequeno auditório do Theatro-Circo e as cópias foram cedidas e digitalizadas pela Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema. 
 
Margarida Martins Cordeiro (Bemposta, 1938) e António Ferreira Gonçalves dos Reis (Valadares, 1927) conheceram-se no Porto entre finais dos anos sessenta e inícios dos anos setenta. Ela, médica psiquiatra, ele poeta e cineclubista. Juntos, criaram uma das obras mais inclassificáveis não só do cinema português, como do cinema mundial. 
 
A retrospectiva termina segunda-feira à noite, às 21h30, com a exibição de Rosa de Areia, a terceira e última longa-metragem assinada em conjunto pelos dois cineastas. Com fotografia de Acácio de Almeida, o filme conta ainda com as presenças de Artur Semedo, Francisco Nascimento, Pedro Tamen e o cineasta Fernando Lopes. 
 
Usando textos do Atharvaveda, de Carl Sagan, Kafka, Montaigne, Rilke e Saint-John Perse, bem como um conto zen, um texto jurídico medieval e escritos da própria Margarida Cordeiro, Rosa de Areia tem um grande elenco de actores não-profissionais dos concelhos de Vimioso e de Mogadouro na pele de personagens em cujas palavras e gestos se expõe a condição humana. 
 
A sessão será apresentada por Manuel Mozos, realizador de filmes como Xavier, Ruínas ou Atrás Dessas Paredes depois de se especializar em Montagem na Escola Superior de Teatro e Cinema nos anos oitenta. Foi aluno de António Reis nessa escola e assistente de montagem em Rosa de Areia
 
“O cinema que fazemos num país como o nosso e neste tempo,” disseram Cordeiro e Reis em entrevista sobre este filme durante o festival Xociviga, na Galiza, “procura exprimir um modo de ver e de sentir a vida. Há quem diga que os nossos filmes não têm acção mas repara, uma pessoa a olhar para uma paisagem é acção, a acção que nos interessa, a interior, porque da actividade das ideias e da comoção dos sentimentos é que nasce a verdadeira evolução.” 
 
Terminavam dizendo que “é a legibilidade da contemplação das formas naturais e a sua componente emocional que procuramos exprimir nos nossos filmes.” 
 
As sessões do cineclube ocorrem este mês às segundas-feiras, às 21h30, no pequeno auditório do Theatro Circo. Os sócios do Lucky Star - Cineclube de Braga têm entrada livre.

Até Segunda!

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