Filme sobre o aviador Dieter Dengler na biblioteca
O documentário Fuga de Laos, de Werner Herzog, vai ser exibido pelo Lucky Star - Cineclube de Braga no auditório da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, esta terça-feira às 21h30. Será a quarta sessão do ciclo “Werner Herzog - Verdade, poesia e êxtase”, promovido pelo cineclube em parceria com o Goethe-Institut de Portugal.
Dieter Dengler, o retratado em Fuga de Laos, foi um aviador norte-americano nascido na Alemanha que combateu na guerra do Vietname. Nos anos sessenta, foi capturado em Laos pelo Pathet Lao e entregue ao exército do Vietname do Norte, que o levou para um campo de prisioneiros perto da aldeia de Par Kung.
Torturado e esfomeado, sobrevivendo com um punhado de arroz por dia que tinha de dividir com outros cinco prisioneiros de guerra, Dengler juntou-se aos americanos Eugene DeBruin e Duane W. Martin e ao tailandês Phisit Intharathat numa fuga do campo. DeBruin e Martin ficaram para trás e foram dados como desaparecidos, Dangler e Intharathat sobreviveram.
Nos anos noventa, Werner Herzog foi convidado por uma estação de televisão alemã para fazer parte duma série chamada “Viagens para o Inferno”, inicialmente para descrever as suas próprias experiências durante a rodagem de Fitzcarraldo num documentário. Mas como tinha lido sobre Dengler, preferiu fazer um filme sobre ele e localizou-o para uma entrevista.
No livro Guide for the Perplexed, o cineasta alemão disse a Paul Cronin que “um dos melhores exemplos de estilização em qualquer dos meus filmes vem no final de Fuga de Laos, na cena rodada na base aérea de Davis-Monthan perto do Tucson, no Arizona, um cemitério de aviões com dezenas de milhares de aeronaves desactivadas dispostas em filas, a perder de vista; só aeronaves de horizonte a horizonte.”
“O Dieter fala dos pesadelos que teve imediatamente a seguir ao resgate,” continua Herzog na mesma entrevista a Paul Cronin, “e de como os amigos o levavam à noite da cama e o embalavam numa cabine de piloto, onde dormia. Ele diz que só se sentia seguro dentro dum avião. Tudo isto é verdade, embora eu tenha escolhido a base por causa das imagens deslumbrantes. O Dieter nunca tinha estado em Davis-Monthan, e a sua fala “Isto é o paraíso dos pilotos” foi escrita por mim.”
As sessões do Lucky Star - Cineclube de Braga ocorrem sempre às terças-feiras, às 21h30, e a entrada custa um euro para estudantes e utentes da biblioteca e três euros para o público em geral. Os associados do cineclube têm entrada livre.
Até Terça!
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