“2001: Odisseia no Espaço” é o próximo filme do cineclube
Durante os meses de Setembro e Outubro, no auditório da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, o Lucky Star – Cineclube de Braga exibe doze longas-metragens e uma curta em parceria com os Encontros da Imagem. O ciclo tem como mote o tema dos Encontros deste ano, “Ensaio para o Futuro”, e é inteiramente dedicado à memória de Carlos Fontes.
Na segunda sessão desta semana, amanhã às 21h30, exibimos 2001: Odisseia no Espaço, um grande clássico dos anos sessenta realizado por Stanley Kubrick e escrito por ele e por Arthur C. Clarke a partir dum conto de Clarke, A Sentinela, publicado entre nós pela Livros do Brasil no nº 334 da sua Colecção Argonauta. Clarke fez uma novelização do filme e continuou as odisseias por mais três volumes até ao ano 3001.
Numa entrevista de 1970 a Joseph Gelmis, Kubrick admite que “há um certo número de diferenças entre o livro e o filme. O romance, por exemplo, tenta explicar as coisas de forma muito mais explícita do que o filme, que está inevitavelmente num suporte visual. O romance surgiu depois de fazermos um tratamento de 130 páginas do filme logo à partida.
“O Arthur pegou em todo o material existente,” continuava ele, “mais uma impressão de algumas das provas de rodagem, e escreveu o romance. Como tal, há uma diferença entre o romance e o filme... Eu acho que as divergências entre as duas obras são interessantes.”
Quando o New York Times perguntou a Clarke em 1999 quem teve a ideia de fazer de um computador o vilão do filme, este respondeu, “Vilão? HAL é um tipo porreiro. Não, não consigo dizer quem fez isso. A única coisa de que estou completamente certo é que a ideia da leitura de lábios do HAL, que eu achava bastante improvável, foi do Stanley. Agora, claro, conseguiram alcançar um certo grau de precisão com leituras dos lábios nos computadores. Como o escrevemos, simplesmente trocámos ideias. Reunimo-nos num apartamento e trocámos ideias.”
Num texto sobre o filme, Annette Michelson descreve-o como “infinitamente sugestivo, e projecta uma herança sincrética de mitos, fantasias, cosmologias e aspirações. Tudo sobre ele é interessante; contudo, ele não propõe qualquer interesse mais radical do que o seu próprio aspecto físico, a sua “declaração formal” sobre a natureza do movimento no seu espaço.”
As sessões do Lucky Star - Cineclube de Braga ocorrem no auditório da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, durante este ciclo às terças e quintas-feiras às 21h30. A entrada custa um euro para estudantes e utentes da biblioteca e três euros para o público em geral. Os sócios do cineclube têm entrada livre.
Até amanhã!
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