segunda-feira, 30 de outubro de 2023

318ª sessão: dia 31 de Outubro (Terça-Feira), às 21h30


“Ilha dos Amores” de Paulo Rocha encerra ciclo de cinema 
 
Durante os meses de Setembro e Outubro, no auditório da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, o Lucky Star – Cineclube de Braga exibe doze longas-metragens e uma curta em parceria com os Encontros da Imagem. O ciclo tem como mote o tema dos Encontros deste ano, “Ensaio para o Futuro”, e é inteiramente dedicado à memória de Carlos Fontes. 
 
O ciclo chega ao fim esta terça-feira à noite, às 21h30, com a exibição de A Ilha dos Amores de Paulo Rocha, o seu grande épico, uma epopeia em nove cantos debruçada sobre a vida de Wenceslau de Moraes, escritor e militar da Marinha Portuguesa que conheceu o Japão em 1889, entre viagens ao serviço da Coroa, instalando-se nesse país que o tinha fascinado 8 anos depois, como cônsul em Kobe. 
 
Explicando o desenvolvimento do seu projecto no Festival de Cannes, em 1982, Rocha disse que “é um projecto que remonta na verdade há catorze anos, antes mesmo da minha ida para o Japão, e cuja realização exigiu uma muito longa preparação, e levantou grandes problemas de ligação entre as diferentes equipas.” 
 
“Mas graças a essa preparação,” prosseguia, “a esse amadurecimento, pude fazer uma rodagem relativamente rápida nos três lugares onde decorre o filme: Portugal (mais de três meses espaçados), o Japão (dezoito dias ao todo) e Macau (três dias). Isso exigiu uma aprendizagem da língua japonesa pelo protagonista Luís Miguel Cintra, um dos maiores actores do teatro português.” 
 
Num texto escrito para a Cinemateca Portuguesa, João Bénard da Costa escreveu que “quando A Ilha dos Amores passou pela primeira vez na Cinemateca (…) abriu um ciclo intitulado “Os Descobrimentos Portugueses e a Europa do Renascimento” (…), escrevi então que essa escolha era duplamente emblemática."
 
“Por um lado”, explicava, “porque nenhum outro filme se conhece que tenha repensado, como este, o cerne da gesta portuguesa de quinhentos, enquanto participação no ideal humanista do Renascimento; por outro, porque nenhum outro filme se conhece onde se tenha tentado, como neste, a fusão entre dois imaginários culturais, dois “maravilhosos”, aparentemente tão distantes como os que dominam os códigos de narratividade e de representação da Europa e do Extremo Oriente.” 
 
As sessões do Lucky Star ocorrem no auditório da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva às terças-feiras pelas 21h30. A entrada custa um euro para estudantes e utentes da biblioteca e três euros para o público em geral. Os sócios do cineclube têm entrada livre.

Até Terça-Feira!

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