quarta-feira, 1 de abril de 2020

40 dias 40 filmes – Cinema em Tempos de Cólera: “O Anjo Exterminador” de Luis Buñuel


Título original: El Ángel Exterminador; De: Luis Buñuel; Com: Claudio Brook, Enrique Rambal, Jacqueline Andere, Silvia Pinal; Género: Drama; Classificação: M/12; Outros dados: México, 1962, Preto e Branco, 95 min.

Sinopse: «A melhor explicação para "El Angel Exterminador" é que, racionalmente, não tem nenhuma». Assim “explica” Luis Buñuel a sua obra-prima e o penúltimo filme que dirigiu no México, fábula feroz sobre a burguesia presa dos seus conceitos, preconceitos e ideias feitas, onde um grupo de pessoas é misteriosamente impedido de sair de uma festa. (Fonte: Cinemateca Portuguesa)

Link (1. Clicar em "Link"; 2. Clicar onde diz "fazer download" e o filme começa a descarregar. No fim clicar em salvar; 3. Para verem os filmes usem o VLC, ou então o RVMB Player. Encontram facilmente no google. Também podem usar o Windows Media Player, mas vão ter de actualizar codecs. )

O Jornal do Fundão, os Encontros Cinematográficos, o Lucky Star – Cineclube de Braga, o My Two Thousand Movies e A Comuna associaram-se nestes tempos surreais e conturbados convidando quarenta personalidades, entre cineastas, críticos, escritores, artistas ou cinéfilos para escolherem um filme inserido no ciclo “Cinema em Tempos de Cólera: 40 dias, 40 filmes”, partilhado em segurança nos ecrãs dos computadores de vossa casa através do blog My Two Thousand Movies. O primeiro convidado é o escritor Manuel da Silva Ramos, que escolheu El Ángel Exterminador de Luís Buñuel e justificou a sua escolha com um “porque ninguém CONSEGUE sair de casa.” 

Como escreveu João Bénard da Costa na sua Folha da Cinemateca sobre o filme, “interpretar El Ángel Exterminador é tarefa impossível. As pistas são tantas, os despistes também, que qualquer tentativa de racionalizar o irracional está à partida condenada ao fracasso. O prodigioso é observar as pequenas mudanças, a lenta introdução do insólito, que começa em torno do caviar, das discussões dos criados e da precipitada saída de alguns deles e vai introduzir-se, pouco a pouco, na festa. 

“Ao princípio tudo parece uma sucessão de diálogos irrisórios, paródia à burguesia ali reunida, como Buñuel já havia feito em muitos filmes anteriores (recorde-se, por exemplo, a boda de Ensayo de un Crimen). Uma convidada pergunta a um Coronel como se sente na pele de herói. Este responde que tem horror aos canhões e que a pátria não é mais do que um conjunto de rios que vão dar ao mar. “Ao mar que é a morte” continua a exaltada senhora. “É isso. Morrer pela pátria” continua o Coronel. E é só o princípio.” 

Amanhã, a escolha de Mário Fernandes.

Sem comentários:

Enviar um comentário