Título original: La città delle donne;
De: Federico Fellini
Com: Marcello Mastroiani, Anna Prucnal, Bernice Stegers; Género: Comédia; Classificação: M/16; Outros dados: Itália/França, 1980, Cores, 139 min.
Sinopse: Num compartimento dum comboio, Snaporaz sai da sua sonolência para seduzir uma bela desconhecida. Segue-a pela floresta até um hotel fantasmagórico onde decorre um congresso de feministas. Intimidado pela agressividade exuberante das militantes, ele refugia-se no seu papel de conquistador nato... (Fonte: Alambique Filmes)
Link (1. Clicar em "Link"; 2. Clicar onde diz "fazer download" e o filme começa a descarregar. No fim clicar em salvar; 3. Para verem os filmes usem o VLC, ou então o RVMB Player. Encontram facilmente no google. Também podem usar o Windows Media Player, mas vão ter de actualizar codecs.)
O Jornal do Fundão, os Encontros Cinematográficos, o Lucky Star – Cineclube de Braga, o My Two Thousand Movies e a Comuna associaram-se nestes tempos surreais e conturbados convidando quarenta personalidades, entre cineastas, críticos, escritores, artistas ou cinéfilos para escolherem um filme inserido no ciclo “40 dias, 40 filmes - Cinema em Tempos de Cólera”, partilhado em segurança nos ecrãs dos computadores de vossa casa através do blog My Two Thousand Movies. O décimo quinto convidado é o escritor H.M.S. Pereira, que escolheu A Cidade das Mulheres de Federico Fellini. Sobre ele escreveu:
«Pelo sonho das aventuras que não podemos ter em casa. Sem a sua permissão mas com toda a minha admiração, aqui cruzo a poética da prosa da Adília Lopes com a poesia das prosaicas mulheres do Fellini:
Em 81 disse à Drª Manuela Brazette, psiquiatra, “Eu sou feia”. Ela disse-me “Não é ser feia. Não há pessoas feias. Não tem é atractivos sexuais”. Lembrei-me então do homem que em 74, tinha eu 14 anos, se cruzou comigo no Arco do Cego. Lembrei-me do homem, da cara do homem vagamente, mas lembrei-me muito bem do que ele me tinha dito ao passar por mim. Tinha-me dito “Lambia-te esse peitinho todo”. Lembrei-me também da meia-dúzia de outros homens que durante a minha adolescência me tinha dito quando eu passava “Coisinha boa” e “Borrachinho”. Ainda hoje me sinto profundamente agradecida a esses homens. Pensei que eles estavam a avacalhar, que eram uns porcalhões. Mas quem estava a avacalhar era a Drª Manuela Brazette, ela é que é uma porcalhona. Acho que um homem nunca consegue ser mau para uma mulher como outra mulher.» [“Irmã Barata, Irmã Batata”, Angelus Novus, 2000]
Amanhã, a escolha de Vanessa Duarte.
«Pelo sonho das aventuras que não podemos ter em casa. Sem a sua permissão mas com toda a minha admiração, aqui cruzo a poética da prosa da Adília Lopes com a poesia das prosaicas mulheres do Fellini:
Em 81 disse à Drª Manuela Brazette, psiquiatra, “Eu sou feia”. Ela disse-me “Não é ser feia. Não há pessoas feias. Não tem é atractivos sexuais”. Lembrei-me então do homem que em 74, tinha eu 14 anos, se cruzou comigo no Arco do Cego. Lembrei-me do homem, da cara do homem vagamente, mas lembrei-me muito bem do que ele me tinha dito ao passar por mim. Tinha-me dito “Lambia-te esse peitinho todo”. Lembrei-me também da meia-dúzia de outros homens que durante a minha adolescência me tinha dito quando eu passava “Coisinha boa” e “Borrachinho”. Ainda hoje me sinto profundamente agradecida a esses homens. Pensei que eles estavam a avacalhar, que eram uns porcalhões. Mas quem estava a avacalhar era a Drª Manuela Brazette, ela é que é uma porcalhona. Acho que um homem nunca consegue ser mau para uma mulher como outra mulher.» [“Irmã Barata, Irmã Batata”, Angelus Novus, 2000]
Amanhã, a escolha de Vanessa Duarte.
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